Há 24 anos o administrador de empresas norte americano, Tom Peters, no artigo The Brand Called You chamou atenção de que independentemente do cargo ou idade precisamos de ser os CEOs das nossas vidas, alertando que no século XXI todo profissional que se estima precisava ver-se como um negócio e começar a gerir estrategicamente a sua marca pessoal, a sua vida pessoal e profissional para se tornar competitivo e bem sucedido.
A marca pessoal ( identidade, imagem e reputação) do CEO é uma componente essencial na equação da marca corporativa na medida em que, através dela consegue-se gerar confiança e influenciar os stakeholders, incluindo clientes e acionistas.
Vivemos numa economia onde a reputação é um ativo mensurável e pode ser gerida para benefício próprio e da organização. Ela pode estar em alta quando as coisas vão bem e em baixa em tempos de crise. A marca pessoal e a marca corporativa estão inextricavelmente ligadas, por isso da mesma forma que a empresa se preocupa e investe na gestão da reputação corporativa é importante que CEO faça a gestão estratégica da sua marca.
Na economia da reputação a sua marca pessoal é o seu maior activo e a reputação é a sua moeda mais valiosa. Toda interação é uma oportunidade para cimentar a sua reputação e aumentar a sua influência. O CEO enquanto líder também é propagador dos valores, propósito da empresa, alinhados aos seus. Ele é um conector dos stakeholders e também é embaixador da marca. Tudo o que ele diz, fala e mostra ao público interno e externo dentro ou fora da empresa, quer seja no ambiente profissional ou não, tem repercussões na percepção sobre ele e sobre a empresa que dirige.
A interação entre o CEO, os colaboradores, investidores e consumidores dá-lhe voz, faz com que estes sintam-se valorizados e abre o caminho para se tornarem leais ao CEO e à empresa, aumentando assim a confiança e os lucros.
O CEO tem a capacidade de moldar a forma como a empresa é vista e percebida e a sua reputação impacta na marca corporativa, independentemente de se ela é positiva ou positiva ou negativa, ela tem um impacto financeiro directo na organização.
Por exemplo, se o CEO recebe uma cobertura negativa da imprensa isso não só prejudica a sua reputação como também afecta a reputação da empresa. Da mesma forma que quando se faz uma cobertura positiva a empresa também se beneficia.
Para perceber o impacto da reputação do CEO basta lembrar-se como Steve Jobs criou valor na Apple e o que aconteceu em 2011 quando anunciou a dispensa médica, em pouco tempo as acções da Apple baixaram 6.4% na bolsa de Frankfurt. A bolsa de Nova York já estava fechada.
Também recorde-se do que aconteceu quando Ellon Musk anunciou em 2017 que comprou as acções de Bitcoin e aquela criptomoeda ficou valorizada. A confiança em Ellon Musk incentivou investidores a entrarem naquele negócio.
Em 2018 Mark Zuckerberg perdeu 9 milhões de dólares americanos em 48 horas após ter anunciado que o Facebook estava a investigar o caso de vazamento de dados de 50 milhões de usuários sem o consentimento delas. As acções do Facebook caíram e a sua reputação tremeu.
A pesquisa da reputação do ECO de 2021 mostra que a reputação do CEO atrai (77%) e retém os atuais (70%) funcionários. Os funcionários devem ser uma agenda importante para CEOs hoje devido à influência que exercem. (The CEO Reputation Premium 2021)
Sendo a reputação a soma das percepções que as pessoas ou grupos têm de um indivíduo ou organização específica que resulta em confiança, respeito, influência, ela é um reflexo do carácter de alguém, é o que os outros pensam sobre ela. A reputação ajuda a medir o desempenho, comportamento, comunicação e a identidade individual.
O primeiro passo para o CEO gerir a sua reputação é ter clareza do seu propósito e uma visão do legado que quer deixar e tendo esse objectivo em mente passar a controlar a sua própria narrativa. Lembrando que a gestão eficiente da reputação deve estar dentro de uma estratégia de Personal Branding ou seja não dá para gerir a reputação de forma isolada pois ela é uma consequência da sua identidade (competências, valores, propósito, visão, crenças, habilidades) e da imagem(comunicação, comportamento). Todo o CEO precisa gerir a si próprio, olhando para a sua identidade, imagem e só depois para a reputação, o inverso leva a caminhos duvidosos.
De nada adianta investir em relações públicas, marketing pessoal, marketing digital e anúncios na mídia paga se ainda não houver clareza da marca pessoal do CEO e de como ela vai alinhar a identidade, imagem e reputação para fortalecer a reputação corporativa e melhorar a percepção de todos os stakeholders e influenciar a mídia. Do contrário corre o risco de cair na autopromoção e gerar uma percepção negativa. É preciso ter uma estratégia bem elaborada para fazer uma gestão eficiente, nesse sentido o Personal Branding é o caminho recomendado para ajudar a desenvolver uma estratégia consistente para criar consciência da marca, mostrar os seus resultados, contar a sua história única, estabelecer indicadores e métricas claras que vão guiar as acções.
Lembre-se sempre que, por detrás de uma marca corporativa forte há sempre um grupo de marcas pessoais fortes que transmitem confiança aos stakeholders. E que o líder desse grupo de pessoas é o CEO (Chief Executive Officer), cuja marca serve de inspiração. É ele que conduz a organização, nivela a cultura organizacional e a governança. A sua marca pessoal deve ser o espelho da organização e a sua oscilação beneficia ou prejudica a organização.
Ter um posicionamento claro, ser consistente e transparente permitindo mostrar os seus valores, competências, paixões,crenças;
O CEO é a ponte que liga o consumidor à empresas se essa conexão acontecer com autenticidade e transparência tende a estabelecer uma relação duradoura com a marca.
Para ter um impacto positivo na marca corporativa o CEO precisa tomar as rédeas da gestão da sua própria marca e saber se posicionar da forma correcta para conquistar a confiança de todos os stakeholders e posteriormente influenciá-los. A gestão da reputação, ou seja, das percepções dos outros requer tempo, dedicação e seriedade.
A sua personalidade é importante, mas não é o que determina a sua marca pessoal, mas sim os seus valores, padrões, princípios, estilo, é isso que fica na mente e no coração das que interagem consigo. Por isso, a sua marca é desenvolvida à volta dos seus valores, princípios, do que é a sua essência.
Um CEO com uma marca pessoal forte tem o poder de reforçar e aprimorar os atributos da marca corporativa e contribuir para uma boa cultura organizacional, que levará a um bom desempenho e melhoria dos resultados financeiros.
Aumentando assim a fidelidade dos clientes, a confiança dos investidores e, parceiros, aumentar a percepção pública positiva, ter mais visibilidade, influenciar o desempenho dos trabalhadores e melhorar o desempenho.
Uma marca executiva forte ajuda a deixar um legado na organização, melhorar a sua imagem e a reputação de sua empresa aumentando a sua visibilidade e presença com todas as partes interessadas dentro e fora das paredes de sua organização.
Uma reputação positiva do CEO reduz riscos no negócio e solidifica o seu legado na organização e na sociedade. Uma reputação negativa faz a empresa perder dinheiro e confiança no mercado.
Como ficou claro, as reputações do CEO têm maioritariamente uma influência positiva excepto nos casos em que o CEO tem ações não congruentes com a marca corporativa ou que trai a confiança dos clientes, como foi o caso do Mark Zuckerberg.
Espero ter ajudado na melhoria da compreensão sobre a importância da marca pessoal e reputação do CEO e o seu impacto na marca corporativa. Se quiser saber mais sobre sobre tema ou deseja gerir a sua marca pessoal entre em contaco: lizete@lizetemangueleze.com que terei muito gosto em contribuir na sua profissional e pessoal através das estratégias do Personal Branding.
Comentários